Sunday, November 08, 2009

ARQUITETURAS PEDAGÓGICAS

O que são 'Arquiteturas Pedagógicas?' Nada mais é do que a construção do conhecimento, através de certezas e dúvidas, o aluno vai encontrando respostas para seus questionamentos, e confirmando ou complementando suas certezas.
O conhecimento se dá em rede, através da internet com todos os subsídios que ela nos proporciona. O aluno determina o que deseja conhecer e direciona o caminho a percorrer.
O professor age como orientador, instigando os alunos a ação e reflexão, sempre avaliando se o aluno está realmente percorrendo o caminho que escolheu.
Mas, o que torna esta 'Arquitetura Pedagógica' um desafio, é desenvolver este trabalho longe dos componentes da rede, é não ter acesso a internet. É fazer com que teu aluno deseje conhecer mais e sem a atração da internet. Sem fazê-los cair na velha forma de conhecimentos, que é cópia de livros.
Fazê-lo buscar o conhecimento para elucidar suas dúvidas, onde o atrativo será a busca a questionamentos. Isso será realmente um desafio.
Para se trabalhar com projetos com temas geradores, é necessário que toda a escola esteja alicerçada ou interessada em ter uma escola transformadora e de qualidade. Onde os alunos a partir do 1° ano sejam motivados e questionados a buscar, fazer, inovar e pensar. Todos os professores têm que trabalhar juntos, porque senão no 5° ano os alunos já estarão mutilados de sua criatividade, e conhecimentos próprios. Fazê-los pensar será algo muito difícil.
Nossa quinta atividade de Didática, Planejamento e Avaliação, é sobre 'Trabalho Integrado'. Levou-nos a conhecer o movimento da Escola Nova e suas implicações para a educação.
A escola Nova também foi chamada de "Renovação Pedagógica". Movimento que uniu educadores de várias partes do mundo, que tinham alguns pontos em comum. A Escola Nova veio para romper os antigos conceitos de escola, fazendo crítica a tudo que se conhecia até então.
Na V Conferência Mundial da Escola Nova, reunida em Elseneur, na Dinamarca, em 1929, assim se assinalavam as conquistas gerais do movimento: "Renovação da didática com múltiplos ensaios de ensino ativo, melhor formulação teórica de princípios e normas para avaliação dos resultados do trabalho escolar, extensão do movimento no ensino público; criação de grandes associações de educadores com caráter nacional e internacional; confronto de várias concepções filosóficas com os princípios e resultados do movimento; conceituação geral da educação como ajustamento da personalidade em face da vida social modificada pela industrialização; proposição de todas as formas educativas no sentido da paz". (Filho, Lourenço. O movimento da Escola Nova e suas bases históricas. In: - Introdução ao estudo da Escola Nova. 9ª edição, São Paulo: Melhoramentos, 1967. p. 17 - 33)
Os principais fundadores da Escola Nova foram: Ovide Decroly, Maria Montessori, John Dewey, Célestin Freinet. Fizeram crítica contra a Escola Tradicional, ao papel do educador, do educando e da pedagogia, se comprometendo a transformar a escola. Procuravam criar um ensino globalizado que interessasse ao aluno. Um dos aspectos da Escola Nova é nosso foco de estudo, os Centros de Interesse. Mas o que são os Centros de Interesse, segundo Bassan (Bassan, Valdir José. Como interessar a criança na escola. Coímbra, 1978, p. 17): "Os centros de Interesse, são um processo de ensino que consiste em agrupar à volta dum mesmo assunto que interessa à criança um conjunto de noções a aprender, de mecanismos a montar, de hábitos a adquirir, condição do perfeito desenvolvimento do ser no meio em que vive e ao qual ele se adapta. A técnica dos Centros de Interesse ao mesmo tempo livre e orientado pelo educador, principalmente aplicada à aquisição de conhecimentos, serve também para a educação psicológica, ao despertar do sentido social e à formação moral".
Para desenvolver o Centro de Interesse, o professor precisa estar atento a três tipos de experiências (fases):
1ª Observação (direta e indireta)
2ª Associação
3ª Expressão
A terceira atividade da unidade I de Libras era descrever um diálogo (em Libras) realizado por três pessoas. Os movimentos são muito rápidos, tive que ver o filme em câmera lenta, com a ajuda de um dicionário estático e em movimento. Acabado o tempo da atividade, não consegui concluí-lo. Senti-me um pouco frustrada, mas creio que a frustração é importante para o crescimento, para a busca. Não me sentindo pronta e adequada, me complemento e me aprimoro. Não me sentindo acabada busco alternativas. Este sentimento, de não estar pronta, é importante para me aprimorar e me enriquecer a cada dia. Saber que um primeiro passo foi dado para a aquisição do conhecimento, me faz seguir adiante e saber que é possível.

Monday, October 19, 2009

A tutora Simone,fez questionamentos:
"Como o professor pode colaborar com as famílias para evitar que situações semelhantes às do filme aconteçam?"
Respondendo:
O professor tem que estar atento a tudo o que acontece com o aluno e manter os responsáveis informados. O professor tem que ter algum esclarecimento para poder orientar os responsáveis. Se o aluno estiver desatento, o professor pode desconfiar e fazer alguns testes, por ex: Fazer barulho com a criança de costas, para ver se ele atende. Conversar com ambos os pais e desmistificar preconceitos.
Vimos no filme que o pai teve dificuldades em aceitar o filho, talvez por não saber como agir.
Acredito que no momento em que os pais aceitem seu filho com sua diferença, ficará mais fácil para a criança se aceitar e entender o mundo.
Respeito e aceitação é o primeiro passo para se lidar com as diferenças.
Também é papel do professor ajudar as famílias nesta caminhada.

"O que me levou a fazer o curso de Libras há 10 anos."
Respondendo:
Não exercia minha profissão, mas sempre procurava me atualizar (criei meus filhos e recomecei a trabalhar em 2006). Surgiu está oportunidade em uma escola perto de casa. Era voltada para os pais e professores. A escola tinha uma turma de alunos surdos. Não lembro se era um ou dois encontros por semana. Na época treinava com meus filhos que estavam entrando na adolescência. Quando estávamos em lugar onde não podíamos falar ou não queríamos que outros ouvissem, usávamos gestos. Claro que não com a rapidez do vídeo da atividade três.
Encontrei o blog de Ana Carolina, que é uma pedagoga surda. Vale a visita.

http://anacarolinafrank.blogspot.com/

Uma das atividades de Libras é assistir ao filme "E seu nome é Jonas". Confesso que no meu estado de depressão, o filme me fez, a princípio, muito mal. Fui lembrando que já havia visto este filme no curso mencionado na postagem anterior. Mesmo assim fiquei horrorizada com a ignorância e crueldade da humanidade. O desrespeito pelo indivíduo. Primeiro tem o diagnóstico de "retardado", depois tinha que aprender a falar porque vive num mundo de sons. Como fazer um som que não pode ouvir? Que valor isso teria para ele?
Quantas pessoas nessa situação passaram a vida sem saber porque não eram entendidas, respeitadas e amadas? Sem poder se comunicar, expressar sentimentos, desejos, opiniões, sem poder fazer escolhas?
É a arte imitando (ou refletindo) a vida.
Temos a péssima mania de pré julgar, e estabelecer regras do que é melhor para alguém. Como saber o que é melhor para ele se não o entendemos? Mesmo se tapar os meus ouvidos agora não conseguirei entendê-lo, pois já tenho conhecimento do mundo, enquanto ele, assustado, tinha que entender sozinho o mundo.
Chorei, não por ele ser surdo, mas pelo desespero de não poder ser entendido e pela mãe não saber o que fazer. Mas o final foi muito positivo. Ao aprender a se comunicar com as mãos ele se libertou. O que me impressiona na linguagem de sinais, é que não se usa somente as mãos, mas também expressões faciais, acho que isso os torna mais sinceros e transparentes.
Aprendi (e quando se aprende põem-se em prática), que no diário de classe devemos registrar, não só nosso plano para o dia, mas também registrar o que ocorreu neste dia com nossos alunos, registrar nossas impressões sobre a prática que usamos a aceitação dos alunos, seu progresso. Enfim, que o diário seja realmente um diário, com tudo que é importante sendo registrado. Assim, mais tarde poderei ter real noção de como determinada atividade foi aceita por determinada turma e se poderia ser utilizada em outra. Já fiz atividades que foram excelentes em uma turma e em outra não. Como não fazia os registros não tive nenhum parâmetro que me mostre exatamente onde foi o fracasso. Já comecei a fazer meus registros. A persistência torna um hábito.

Sunday, October 18, 2009

Está tudo dando errado para mim. Este ano está repleto de imprevistos. Tenho me sentido cansada, desatenta, desanimada. As atividades se aglomeraram e mais imprevistos para executá-las. Quinta feira, dia do professor, cheguei ao meu limite, tive uma crise de choro e pânico, tomei um calmante e fiquei quinta e sexta em casa, escondida de tudo e de todos sofrendo algo que não sei por quê. Consultei com uma psicóloga que me ouviu, e tudo foi aparecendo. Conclusão estou com depressão profunda e síndrome do pânico.
Hoje estou um pouco mais animada, mas triste. Vou tentar colocar o resto em dia.

LIBRAS

Fiz há 10 anos um curso de Libras, quando morei em Santa Catarina. Sempre pensei que o curso era bom, aprendi os sinais, mas não pratiquei. Na época foi-nos passado que Libras era uma linguagem universal, hoje aprendi que Libras é a Linguagem no Brasil, e cada país tem os seus gestos próprios.
Antes desse curso, pensava que a comunicação era através do alfabeto, mas lá aprendi que era só para nomes próprios. A linguagem é através de sinais. É uma língua como qualquer outra, com as mesmas dificuldades, somente a prática nos fará aprendê-la. Não pratiquei e desaprendi como fiz com meus cursos de Inglês e Francês. Tenho uma apostila com gravuras e setas ensinando os movimentos. Hoje, bem mais prático temos o dicionário de Libras na internet, é através de um filme com movimento que aprendemos o sinal. É muito prático, mas requer tempo e treino.

EJA

Sei que na teoria não se aprende muito e sim na prática. Mas tenho recebido informações valiosas quanto a alfabetização de jovens e adultos.
O texto "Alfabetização de adultos: ainda um desafio", de Regina Hara, trás muitas informações sobre o trabalho de alfabetização, e até podemos usar para os pequenos. Nunca alfabetizei, tenho vontade de ter este desafio, mas tenho medo. Este trabalho não é fácil e o texto mostra isso. As ideias que o texto trás só podem ser usados no aluno que tenha o perfil. Temos que encontrar o perfil de nossos alunos, o que sabem, quanto e como sabem. As sugestões do texto servem para ampliar, nosso foco de visão e saber explorar novas técnicas. Este texto também me fez entender sobre os termos da construção da escrita, que eu nunca entendia:
- A escrita pré silábica - Utiliza uma quantidade mínima de letra, não repetir a mesma letra, não correspondem letras e sons. Ex: Ouno (coelho)
- A escrita silábica - Utiliza uma letra para cada segmento da palavra. Ex: S O (sapo)
- A escrita silábico alfabética - Visualiza que apenas uma letra não é suficiente para representar o segmento sonoro da palavra. Mas convive com as duas hipóteses. Às vezes basta uma letra, às vezes duas. Ex: Mu o (mundo)
- A escrita alfabética - Utiliza a representação de cada sílaba com duas letras. Ex: Qomesa (começa)
Agora quando ouvir colegas que trabalhem com alfabetização conversar sobre o progresso de seus alunos, vou entender melhor.

Tuesday, October 13, 2009

Contando Histórias

Estamos trabalhando em Linguagem e Educação sob a ótica das crianças em contar histórias.
"Tem um monstro no meio da história" (Gurgel, 2009 - Revista Nova Escola. ago/09).
Sei que para as crianças contar histórias é importante para desenvolver a oralidade, também inventar ajuda na criatividade. Vejo que quando são pequenos é mais fácil contar e inventar histórias e quando crescem e vão para a escola acabam deixando de lado. por quê? Será que não são mais incentivados pelo professor e pelos pais? Já vi pais dizerem que o filho estava incomodando com seus assuntos chatos.
Eu sempre incentivei meus filhos a contar e inventar histórias. Hoje faço isso com meus alunos, sempre lhes dou espaço para contar o que quiserem. É importante dar-lhes este espaço e tempo, eles precisam fortalecer sua auto estima e sentirem-se importantes.
Também através de suas histórias vamos perceber muito do autor, seus medos, suas frustrações, seus sonhos... Se formos analisar, a criança sempre irá colocar alguma coisa na história, talvez uma forma de nos contar, e de ouvir nossa opinião não se identificando.
Devemos ouvir sempre atentamente nossos crianças, muitas vezes em suas histórias podem estar pedindo socorro.

Monday, October 12, 2009

Letramento

Se o letramento é definido como um conjunto de práticas sociais que usam a escrita ou o conhecimento que dela adquirem, podemos dizer que o nosso é um país de letrados analfabetos. Sim porque não estamos mais entre os países com altos indices de analfabetismos. Mas se formos analisar corretamente, uma grande parcela do nosso povo só sabe assinar o nome, e tem que se virar usando o seu letramento para poder sobreviver.

Thursday, October 08, 2009

Currículo Integrado

O texto "Organização e planejamento do ensino: globalização, interdisciplinaridade e integração curricular", trás uma citação do parecer 853/71, de Feldens: "Tanto mais imaturos sejam eles, quanto mais em blocos lhes surge o mundo das coisas, dos fatos e das ideias".
Realmente o cenário educacional, faz com que o indivíduo veja o mundo em categorias, nada está ligado entre si, cada conhecimento é adquirido separadamente. Com a interdisciplinaridade essa alienação é dissipada e o indivíduo vê o mundo que o cerca como um todo. Tudo esta relacionado, todas as coisas se encaixam como um quebra cabeças. Mas então porque a interdisciplinaridade nunca foi amplamente incentivada? Porque somos facilmente manipulados quando não entendemos o todo. Somos conduzidos como gado quando não aprendemos a ter opinião, a questionar e indagar a forma de vida que nos induzem a aceitar como correta. Somos descaracterizados de nós mesmos por não ter a noção exata de tudo que nos cerca. Acabamos aceitando ser parte do que poderíamos ser e saber. Estamos desconectados... E muitos de nós estão tão emaranhados nesta desconstrução que já não conseguem mais pensar interdisciplinarmente. Por isso nossa reconstrução é lenta ou até inexistente. Acho que não se trata mais de "acomodação" e sim de condicionamento. A nossa geração foi criada para nos calar, mas mesmo assim alguns de nós conseguiram mudar, em parte, o cenário político. Conseguiram criar seus filhos com mais autonomia de ideias. Mas muitos se mantêm calados, esperando a vida passar e as coisas melhorarem. Não sabem eles que nós é quem faremos as mudanças. Nós é que construiremos (ou desconstruiremos) cidadãos. Nós é que temos a chance de acabar com a alienação. Construindo um mundo muito mais concreto no indivíduo. Está em nossas mãos esta mudança.

Monday, October 05, 2009

O Que é Planejar?

Faço uma reflexão sobre o artigo "Planejamento: Em busca de Caminhos", de Maria Bernadette Castro Rodrigues. Desejo entender e esclarecer a importância do planejamento. A autora faz duas citações apropriadas, do livro "Planejamento sim e não", de Francisco Witaker Ferreira, 1985, 6ª edição.
"Fazer planos é coisa provavelmente conhecida do homem desde que ele se descobriu com capacidade de pensar antes de agir" (p.27) e "Uma ação planejada é uma ação não improvisada: Uma ação improvisada é uma ação não planejada" (p. 15). Pensar antes de agir é planejar. Estabelecer prioridades e segui-las. Em todos os aspectos de nossas vidas fazemos planos, planejamos nosso futuro, planejamos nossos gastos (e quando não seguimos o planejamento podemos fracassar), planejamos a vinda de nossos filhos (ou deveríamos), a construção de uma casa, em fim, tudo para ser bem feito tem de haver planejamento, e deve ser anotado, pois nossas lembranças ás vezes nos pregam peças fazendo-nos esquecê-las. E porque em nossa profissão também não possa ser assim? Devemos sim planejar e anotar. Primeiramente conhecer nossos alunos e em cima disso estabelecer prioridades para construir nosso planejamento. Nossos alunos são o ponto central do nosso planejamento, este planejamento deve ser construído a cada ano. Nossos alunos são diferentes e o que foi bom para uma turma não necessariamente será para outra. Tenho exemplos disso, os alunos nunca são iguais, as turmas não tem a mesma vitalidade. Eu nunca consegui fazer as mesmas atividades com sucesso com turmas diferentes. Nos quatro anos que estou lecionando, tenho desenvolvido um planejamento diferente para cada turma. Se trouxermos para sala, uma aula improvisada ou não planejada, que decidimos na hora e que não tem ligação com os assuntos tratados, os alunos sentem e acontece a indisciplina. Concluo que uma das causas geradoras da indisciplina seja aulas não planejadas.
Eu tenho que saber o que e para quem ensinar, por isso preciso conhecer meus alunos.
Se eu quero que meu aluno seja um cidadão, meu planejamento tem que ser em cima disso, o que ele precisa saber para se construir um cidadão e o professor através de seu planejamento será um mediador desta construção.

Friday, October 02, 2009

Estou de volta, ou quase isso. Sei que metade de mim quer voltar. Estive ausente por causa de uma cirurgia que fiz dia 28 de agosto para retirada de um lipoma no quadril esquerdo, perto da cintura. Um lipoma é algo bem simples de ser retirado e eu fui protelando por 10 anos. Conclusão, ele ficou imenso. O médico disse que eu não deveria esperar mais, também porque estava sentindo bastante dor nas costas e na perna esquerda. Ao retirá-lo o médico teve a sensação que estava tirando o meu rim, na verdade não era um lipoma, era um monstro.
A recuperação não foi dentro do esperado, houve um vazamento interno de sangue, o que causou um grande inchaço, hematoma e dor. Não conseguia sentar e nem caminhar sem ter imensa dor. Por duas vezes fiz punção para retirada do sangue. Por fim, tive que abrir novamente o local da cirurgia e cauterizar esta veia rompida, também retirar o sangue que já estava coagulando, com perigo de causar infecção. Foi colocado um dreno para ajudar na limpeza. Dia 28 de setembro retirei os pontos pela 2ª vez, mas ainda hoje não consigo olhar, o que vi a alguns dias atrás foi horrível, tive muito medo que tudo acontecesse novamente, fiquei traumatizada. Ele foi analisado e constatado que era mesmo um lipoma. Aprendi que não devemos protelar, muito menos com nossa saúde.
Neste período houve muitas perdas, duas aulas presencial, o fechamento das avaliações de meus alunos e os trabalhos da faculdade que estão tão atrasados que nem sei o que tenho para fazer.
Amanhã trabalho pela manhã e a tarde vou tentar colocar alguma coisada faculdade em dia. Não vou me desesperar, vou com calma, mas não com muita calma porque o final do ano está às portas.

Wednesday, September 16, 2009

Fiquei um pouco confusa na aula presencial de Linguagem e Educação, entendi que letramento seria o conhecimento que se tem do mundo. Foi até exemplificado da seguinte forma: Uma pessoa analfabeta mas que sabe pegar ônibus, faz troco, constrói uma casa, etc. , que sabe fazer uma leitura do mundo.
Agora, ao ler o Parecer da CEB n° 11/2000, a professora Magdalena esclarece que:
"A professora Magda Becker Soares (1998) esclarece: ...alfabetizado nomeia aquele que apenas aprendeu a ler e escrever, não aquele que adquiriu o estado ou a condição de quem se apropriou da leitura e da escrita. (p. 19)
A mesma autora diz: Letramento é, pois, o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever: o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como conseqüência de ter-se apropriado da escrita... (idem, p. 18) Assim ...não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber fazer uso do ler e do escrever, saber responder às exigências de leitura e de escrita que a sociedade faz continuamente... ( p. 20)"

Mais adiante a professora Magdalena explica que uma pessoa analfabeta que se interessa e pede que outros leem para ela, que desenvolve trabalhos com expressões artísticas, é letrado.

"Professora Magda Soares (1998):
...um adulto pode ser analfabeto, porque marginalizado social e economicamente, mas, se vive em um meio em que a leitura e a escrita têm presença forte, se interessa em ouvir a leitura de jornais feita por um alfabetizado, se recebe cartas que outros lêem para ele, se dita cartas para que um alfabetizado as escreva, ..., se pede a alguém que lhe leia avisos ou indicações afixados em algum lugar, esse analfabeto é, de certa forma,letrado, porque faz uso da escrita, envolve-se em práticas sociais de leitura e de escrita. (p. 24)"

observo que a palavra letrado tem dois sentidos: O conhecedor das letras, que faz uso dela e que entende adequadamente o que leem; e o que é analfabeto, mas tem um saber de um determinado aspecto da vida e faz uso dele, que pode e sabe transmitir a outros. Ele é letrado nas experiências da vida

Sunday, September 13, 2009

EJA

Estudamos o Parecer da CEB 11/2000. Esta torna obrigatória, acessível e gratuita a educação primária, inclusive a educação secundária, técnica e profissional deverá ser generalizada e tornar-se acessível a todos. O CEB (Câmara de Educação Básica) ficou responsável pelo Parecer, seu relator fez um estudo de campo, ouvindo os estudantes.
Ouve duas teleconferências sobre a Formação de Educadores para Jovens e Adultos, promovida pela UNB (Universidade de Brasília), SESI (Serviço Social da Indústria) com o apoio da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
Na verdade a EJA (Educação para Jovens e Adultos) é uma reparação aos direitos negados, mas a perda foi real, os direitos lhes foram negados, e nada pode apagar o preconceito e o constrangimento pelo qual muitos passaram.
Devem ser criadas novas vagas da EJA para suprir a demanda, no entanto, o que vemos na realidade pelo menos no meu município, algumas escolas com EJA foram extintas, ficando somente uma escola por região, é muito pouco para atender a lei, deve haver sim mais vagas e não deixar os alunos numa fila de espera, se isso ocorrer permanecerá a discriminação, as perdas e a lei não será para todos.

Saturday, September 12, 2009

DIDÁTICA MAGNA



Jan Amos Komenský, Comenius - Comênio, considerado O Pai da didática.

A "Didática Magna" foi criada por Comênio em 1638. Ela é um "Tratado da Arte Universal de Ensinar Tudo a Todos, de Forma Igual". Fico me perguntando porque nesses mais de 300 anos de sua existência, ainda há tanta desvalorização do ensino? Porque ele ainda não chegou a todos? E de forma igual? Tantas perdas... Quantas pessoas não puderam desenvolver-se plenamente por falta de estudo? Quantos morreram sem dignidade porque não faziam parte das classes privilegiadas? Até quando... Até quando veremos este sonho de "educação igual e para todos" ser protelado para amanhã? O amanhã nunca chega... Sabemos disso!

Vamos sonhar juntos e agir... Só assim a "educação igual e para todos" será uma realidade.

FALAMOS/ESCREVEMOS/LEMOS DA MESMA MANEIRA?

Lendo o artigo: "Leitura, escrita e oralidade como artefatos culturais", de Maria Isabel Dalla Zen e Lole Faviero Trindade. Percebe-se que desde o momento que foi introduzida a escrita e a leitura, está nem sempre esteve totalmente de acordo com a fala. Cada época manteve presente as suas características no falar/ler/escrever.
Temos a linguagem coloquial, a formal, a linguagem das "tribos" e hoje a dos internautas.
Também a escola introduz determinados critérios de avaliação para ler/escrever/falar. Esses métodos vão sendo produzidos por educadores que tentam padronizar e facilitar a apropriação da leitura/escrita/fala de uma forma mais harmoniosa.
Obrigada Simone, realmente a lingua de sinais é a fala adequada para os surdos.

Monday, August 31, 2009

Estava lendo o texto "Revisitando os Projetos de Aprendizagem, em tempos da web 2.0", das professoras Iris Elisabeth Tempel Costa e Beatriz Corso Magdalena, minhas professoras do SI.
Um parágrafo me chamou a atenção e pude entender porque tive problemas com uma das turmas de desdobramento que fiz no início do ano.
Ler este texto me tranquilizou por entender que estou trilhando um caminho de construção e de apropriação do conhecimento, não sou e não quero ser uma professora que limita o conhecimento, enquadrando o aluno dentro do seu campo de visão, limitado e até certo ponto afetado por opiniões próprias.
Quero que meus alunos sejam críticos, curiosos, flexíveis ao diálogo e ao debate de opiniões e estejam totalmente desconectados e rompam com a visão do professor como o grande provedor de informações.
Acho que é por isso que gosto de trabalhar com o 5° ano, eles tem curiosidade e são mais independentes que os menores.
Na verdade, o que aconteceu é que eles não estavam preparados para receber a onda de questionamentos e indagações que os submeti, estavam com a curiosidade adormecida e sem interesse. Não querem julgar o presente entendendo erros do passado, não querem fazer uma leitura do mundo, pois estão acomodados.

Sunday, August 30, 2009

SEMPRE INOVANDO

O Seminário Integrador (SI), esta sempre nos surpreendendo com novidades, nas várias formas que já trabalhamos evidências e indícios. Agora, fomos vasculhar o lixo, vê se pode! Mas foi muito legal "definir o perfil" de quem usa esse lixo. O grupo estava dividido, e por um instante estávamos nos inclinando para a interpretação errado, mas uma luz se acendeu e pudemos perceber as fortes evidências desse lixo. Acho que agora estamos realmente entendendo e percebendo as evidências e indícios que nos cercam. Sei que o SI esta nos orientando a perceber, por entre linhas, a verdadeira história de nossos alunos, suas carências e necessidades. Muitas vezes passamos de largo, sem perceber sua real situação, seus sentimentos confusos e ao mesmo tempo intensos. Temos que ser a chave que os liga e esse mundo em turbilhão. Temos que fazê-los encontrar a auto estima, que será a alavanca para o sucesso. Eles precisam acreditar neles, acreditar que são capazes. Está em nossas mãos construir ou destruir nossos alunos.

Thursday, August 27, 2009

"O Menininho"

Ao ler o texto "O menininho" de Helen Buckley, fiquei muito triste porque me lembrei do meu tempo de escola, onde o aluno nada sabia, o professor determinava até nossos pensamentos, éramos reprovados até em Artes porque não saiu igual ao da professora.
Estimulo meus alunos a buscar o diferente, o inovador, a desenvolver a criatividade e trazer seu mundo para a sala de aula. Mas este texto, atual, me fez ver que ainda há quem queira colocar seu aluno numa "forma", moldando e cortando suas arestas, deixando-os sem motivação, sem criatividade, apagados.
Há professores que não acompanham o progresso e por vir de um sistema de "moldes" não sabem fazer diferente. Temos que ajudar nossos alunos a estarem aptos a conviver, contribuir e competir neste mundo em expansão. Não podemos motivar e conduzí-los ao fracasso.

Monday, June 15, 2009

Mosaico De Etnias

A disciplina de Etnia Racial, está sendo muito importante pois, consegui fazer um trabalho diferente com meus alunos. Sempre trabalhei, a etnia africana com meus alunos, mas era à base de pesquisas, costumes, alimentação e beleza. Agora a professora propôs, com muita sabedoria uma atividade magnífica com espelhos. Primeiramente eles trouxeram os espelhos e ficaram muito curiosos, esperando o dia da atividade. Deveriam sentar em duplas. Cada dupla se observariam para ver suas igualdades: Olhos, boca, nariz, etc. Depois cada um se olharia no espelho, vendo nesta igualdade os traços de sua etnia. Olharam-se longamente, depois, deveriam olhar no colega, os traços de sua etnia. A princípio estavam muito desconfiados, mas depois, quando tiveram que encontrar os traços de sua etnia no colega, foi emocionante, eles ficaram muito felizes por encontrar seus traços no colega, mesmo o colega com traços europeu (ensinei que existem: europeus, oriental, afro descendente e indígena), tinham traços afro descendentes, falei que somos uma colcha de retalhos ou um mosaico. Tínhamos partes de muitas etnias e também pedaços de nossos ancestrais. Após esta atividade eles deveriam sentar em grupo por etnia e fazer seu auto retrato, com a ajuda do espelho. Eles mesmos fizeram os seus grupos por etnia. E fizeram o seu auto retrato, se colocando com os seus traços de sua etnia. Isso é que foi importante nesta atividade, cada criança descobrir-se afro descendente e saber que um colega, mesmo de outra etnia, tem seus traços. Saber que todos, de alguma forma viemos da mesma mãe África, onde tudo começou. Então, a pergunta que fica é:
Afinal, diferimos tanto assim um dos outros?

Onde a resposta é ...
NÃO!

Wednesday, June 03, 2009

"Educação após Auschwitz"

Tivemos que fazer uma reflexão sobre o texto: “Educação após Auschwitz”, de Theodor Adorno. Este texto mostra os motivos que predispõem as pessoas a cometerem barbárie. São bem interessantes os fatos que ele aponta, e o pior é que na nossa sociedade hoje encontramos pessoas com esses traços, prontas a realizar qualquer ato insano em nome de nada, sim, porque nada justifica qualquer ato bárbaro ou insano. O autor, bem como eu, acredita que só a educação pode por fim a barbárie, visto que, pessoas com pouca cultura, como filhos de camponeses foi a grande maioria dos bárbaros do holocausto. Haja visto , que pessoas autômato, são pré dispostas a serem manipuladas, pois não reagem, não questionam, não entendem porque não conseguem pensar por si próprias. São pessoas manipuláveis e domináveis. A educação torna as pessoas autônomas, capaz de reflexão, de se impor, de questionar e superar suas barreiras. Mas essa educação tem que ser séria, com real intenção de libertar o indivíduo da sua estagnação, romper as barreiras da inércia existencial, mas também trabalhar valores, de uma maneira que não fique só no falar mas também no agir de cada um. Mas discordo do autor quando ele fala do amor. Acredito que as pessoas incapazes de amar, sejam capazes de cometer barbáries, mas não concordo com o parágrafo em que ele diz: “Todas as pessoas hoje, sem qualquer exceção, sentem-se mal-amadas, porque não são capazes de amar suficientemente.”(pág. 7). Não concordo que todas as pessoas são incapazes de amar. Hoje em dia muitas pessoas possuem aptidão em relação ao amor. Vemos muitas pessoas totalmente empenhadas em amar, em contribuir para a grandeza do ser humano, e isso só acontece porque o amor entra em jogo. Um professor só se dedica a um aluno, tenta compreendê-lo, entrar no seu mundo porque está repleto de amor.

Sunday, May 10, 2009

DEFICIENTES FÍSICOS


Ao ver este vídeo, vejo como somos fracos em não perseverar, em desistir facilmente. Nossos corpos podem estar completos, mas se não temos coragem, de que nos serve? Que tenhamos coragem de enfrentar nossos desafios, sejam eles quais forem. Nós Podemos TUDO...

MÃE PRESENTE DE DEUS


Para completar o homem, Deus fez a mulher...
Mas para participar do milagre da vida, Deus fez a mãe...

Para liderar uma casa, Deus fez a mulher...
Mas para edificar um lar, Deus fez a mãe...

Para estudar, trabalhar e competir, Deus fez a mulher...
Mas para guiar a criança insegura, Deus fez a mãe...

Para os desafios da sociedade, Deus fez a mulher...
Mas para o amor, a ternura e o carinho, Deus fez a mãe...

Para fazer qualquer trabalho, Deus fez a mulhes...
Mas para embalar o berço e construir um caráter, Deus fez a mãe...

Para ser princesa, Deus fez a mhlher...
Mas para ser rainha, Deus fez a mãe...

Você é o mais lindo presente de Deus para mim.
E eu quero ser uma dádiva de Deus para você.

Sunday, April 12, 2009

Ancestralidade

Foi muito prazeroso fazer a atividade 1 da interdisciplina de Questões Étnico-raciais na Educação. Rever fotos detalhadamente, com um olhar crítico, buscando nossa ancestralidade, traços, marcas do corpo, do tempo e da alma. Lembrar momentos, na verdade reviver familiares distantes e ao mesmo tempo tão perto. Perto porque trazemos em nós partes dos que se foram. Na verdade somos uma colcha de retalhos, somos partes de muitos, buscando ser nós mesmos.

O Clube do Imperador


Ontem assisti o filme, “O Clube do Imperador”. O filme ocorre na década de 70, nas dependências de um colégio interno para rapazes. O professor, preocupado com um aluno totalmente desinteressado nos estudos e só apronta na escola, resolve conversar com o pai, um senador, que demonstra pouco interesse pelo assunto, manda que o professor ensine a matéria, que o caráter do filho ele cuida. O professor resolve investir no aluno . Faz um concurso para a aula de história, quem seria Julio Cesar. Haveria três finalistas. Os alunos começaram a estudar e este aluno começou a ir bem. No final, quando seriam escolhidos os três finalistas, o rapaz foi mal, ficando em quarto lugar. O professor para ajudá-lo, aumentou sua nota, passando-o para o terceiro lugar. No dia da final, os familiares todos presentes, o professor nota que ele está colando e faz uma pergunta que ele não teria respostas e ele perde. Daquele momento ele volta a ser um aluno desinteressado, estava para ser reprovado mas o pai interfere e ele é aprovado. Vinte e cinco anos depois este rapaz vira um empresário, herdando tudo do pai, e pede para o professor refazer o concurso com os três finalistas, promovendo um encontro da turma e que se isso acontecer, ele dará uma doação em dinheiro para a escola que está em decadência. O professor aceita, é levado para o local do encontro. O rapaz torna a colar e perde para o mesmo colega. O professor vê o grande erro que cometeu, valorizou uma pessoa que não tinha caráter e que esse encontro seria só para se promover na política. Procura o aluno que deveria ter participado da final do concurso e conta o que fez, se mostrando arrependido. No final, o rapaz injustiçado, coloca seu filho na escola, mostrando ao professor que confiava nele.

Fiquei pensando no professor que faz sacrifícios para ajudar os alunos a se valorizarem. Eu mesma faço isso, mas não tiro a oportunidade de ninguém, dou oportunidades para quem acha que não é capaz. O professor estava certo em fazer o aluno se valorizar, ver o seu potencial, tudo o que poderia alcançar. Mas o erro dele estava no fato de ter desmerecido um aluno, e ter visto o quanto este aluno, na época, ficou decepcionado consigo mesmo. O professor não pode pensar que não faz mal, que ele é um bom rapaz e que vai vencer. E se a decepção dele fosse tão grande que o tornasse um rebelde? E o tornasse um desinteressado? O que o professor deveria ter feito era dar mais uma vaga ao concurso. Ele poderia dizer:

- Existem quatro dos participantes, muito bons, se manterem essa média será quatro a serem classificados.

Mas não, ele tirou a oportunidade do verdadeiro merecedor de participar. Nenhum ato pode justificar uma deslealdade.

Um professor nunca pode ser desleal, por mais que queira ajudar. Nunca se pode ajudar alguém, prejudicando outro.