Monday, October 19, 2009

A tutora Simone,fez questionamentos:
"Como o professor pode colaborar com as famílias para evitar que situações semelhantes às do filme aconteçam?"
Respondendo:
O professor tem que estar atento a tudo o que acontece com o aluno e manter os responsáveis informados. O professor tem que ter algum esclarecimento para poder orientar os responsáveis. Se o aluno estiver desatento, o professor pode desconfiar e fazer alguns testes, por ex: Fazer barulho com a criança de costas, para ver se ele atende. Conversar com ambos os pais e desmistificar preconceitos.
Vimos no filme que o pai teve dificuldades em aceitar o filho, talvez por não saber como agir.
Acredito que no momento em que os pais aceitem seu filho com sua diferença, ficará mais fácil para a criança se aceitar e entender o mundo.
Respeito e aceitação é o primeiro passo para se lidar com as diferenças.
Também é papel do professor ajudar as famílias nesta caminhada.

"O que me levou a fazer o curso de Libras há 10 anos."
Respondendo:
Não exercia minha profissão, mas sempre procurava me atualizar (criei meus filhos e recomecei a trabalhar em 2006). Surgiu está oportunidade em uma escola perto de casa. Era voltada para os pais e professores. A escola tinha uma turma de alunos surdos. Não lembro se era um ou dois encontros por semana. Na época treinava com meus filhos que estavam entrando na adolescência. Quando estávamos em lugar onde não podíamos falar ou não queríamos que outros ouvissem, usávamos gestos. Claro que não com a rapidez do vídeo da atividade três.
Encontrei o blog de Ana Carolina, que é uma pedagoga surda. Vale a visita.

http://anacarolinafrank.blogspot.com/

Uma das atividades de Libras é assistir ao filme "E seu nome é Jonas". Confesso que no meu estado de depressão, o filme me fez, a princípio, muito mal. Fui lembrando que já havia visto este filme no curso mencionado na postagem anterior. Mesmo assim fiquei horrorizada com a ignorância e crueldade da humanidade. O desrespeito pelo indivíduo. Primeiro tem o diagnóstico de "retardado", depois tinha que aprender a falar porque vive num mundo de sons. Como fazer um som que não pode ouvir? Que valor isso teria para ele?
Quantas pessoas nessa situação passaram a vida sem saber porque não eram entendidas, respeitadas e amadas? Sem poder se comunicar, expressar sentimentos, desejos, opiniões, sem poder fazer escolhas?
É a arte imitando (ou refletindo) a vida.
Temos a péssima mania de pré julgar, e estabelecer regras do que é melhor para alguém. Como saber o que é melhor para ele se não o entendemos? Mesmo se tapar os meus ouvidos agora não conseguirei entendê-lo, pois já tenho conhecimento do mundo, enquanto ele, assustado, tinha que entender sozinho o mundo.
Chorei, não por ele ser surdo, mas pelo desespero de não poder ser entendido e pela mãe não saber o que fazer. Mas o final foi muito positivo. Ao aprender a se comunicar com as mãos ele se libertou. O que me impressiona na linguagem de sinais, é que não se usa somente as mãos, mas também expressões faciais, acho que isso os torna mais sinceros e transparentes.
Aprendi (e quando se aprende põem-se em prática), que no diário de classe devemos registrar, não só nosso plano para o dia, mas também registrar o que ocorreu neste dia com nossos alunos, registrar nossas impressões sobre a prática que usamos a aceitação dos alunos, seu progresso. Enfim, que o diário seja realmente um diário, com tudo que é importante sendo registrado. Assim, mais tarde poderei ter real noção de como determinada atividade foi aceita por determinada turma e se poderia ser utilizada em outra. Já fiz atividades que foram excelentes em uma turma e em outra não. Como não fazia os registros não tive nenhum parâmetro que me mostre exatamente onde foi o fracasso. Já comecei a fazer meus registros. A persistência torna um hábito.

Sunday, October 18, 2009

Está tudo dando errado para mim. Este ano está repleto de imprevistos. Tenho me sentido cansada, desatenta, desanimada. As atividades se aglomeraram e mais imprevistos para executá-las. Quinta feira, dia do professor, cheguei ao meu limite, tive uma crise de choro e pânico, tomei um calmante e fiquei quinta e sexta em casa, escondida de tudo e de todos sofrendo algo que não sei por quê. Consultei com uma psicóloga que me ouviu, e tudo foi aparecendo. Conclusão estou com depressão profunda e síndrome do pânico.
Hoje estou um pouco mais animada, mas triste. Vou tentar colocar o resto em dia.

LIBRAS

Fiz há 10 anos um curso de Libras, quando morei em Santa Catarina. Sempre pensei que o curso era bom, aprendi os sinais, mas não pratiquei. Na época foi-nos passado que Libras era uma linguagem universal, hoje aprendi que Libras é a Linguagem no Brasil, e cada país tem os seus gestos próprios.
Antes desse curso, pensava que a comunicação era através do alfabeto, mas lá aprendi que era só para nomes próprios. A linguagem é através de sinais. É uma língua como qualquer outra, com as mesmas dificuldades, somente a prática nos fará aprendê-la. Não pratiquei e desaprendi como fiz com meus cursos de Inglês e Francês. Tenho uma apostila com gravuras e setas ensinando os movimentos. Hoje, bem mais prático temos o dicionário de Libras na internet, é através de um filme com movimento que aprendemos o sinal. É muito prático, mas requer tempo e treino.

EJA

Sei que na teoria não se aprende muito e sim na prática. Mas tenho recebido informações valiosas quanto a alfabetização de jovens e adultos.
O texto "Alfabetização de adultos: ainda um desafio", de Regina Hara, trás muitas informações sobre o trabalho de alfabetização, e até podemos usar para os pequenos. Nunca alfabetizei, tenho vontade de ter este desafio, mas tenho medo. Este trabalho não é fácil e o texto mostra isso. As ideias que o texto trás só podem ser usados no aluno que tenha o perfil. Temos que encontrar o perfil de nossos alunos, o que sabem, quanto e como sabem. As sugestões do texto servem para ampliar, nosso foco de visão e saber explorar novas técnicas. Este texto também me fez entender sobre os termos da construção da escrita, que eu nunca entendia:
- A escrita pré silábica - Utiliza uma quantidade mínima de letra, não repetir a mesma letra, não correspondem letras e sons. Ex: Ouno (coelho)
- A escrita silábica - Utiliza uma letra para cada segmento da palavra. Ex: S O (sapo)
- A escrita silábico alfabética - Visualiza que apenas uma letra não é suficiente para representar o segmento sonoro da palavra. Mas convive com as duas hipóteses. Às vezes basta uma letra, às vezes duas. Ex: Mu o (mundo)
- A escrita alfabética - Utiliza a representação de cada sílaba com duas letras. Ex: Qomesa (começa)
Agora quando ouvir colegas que trabalhem com alfabetização conversar sobre o progresso de seus alunos, vou entender melhor.

Tuesday, October 13, 2009

Contando Histórias

Estamos trabalhando em Linguagem e Educação sob a ótica das crianças em contar histórias.
"Tem um monstro no meio da história" (Gurgel, 2009 - Revista Nova Escola. ago/09).
Sei que para as crianças contar histórias é importante para desenvolver a oralidade, também inventar ajuda na criatividade. Vejo que quando são pequenos é mais fácil contar e inventar histórias e quando crescem e vão para a escola acabam deixando de lado. por quê? Será que não são mais incentivados pelo professor e pelos pais? Já vi pais dizerem que o filho estava incomodando com seus assuntos chatos.
Eu sempre incentivei meus filhos a contar e inventar histórias. Hoje faço isso com meus alunos, sempre lhes dou espaço para contar o que quiserem. É importante dar-lhes este espaço e tempo, eles precisam fortalecer sua auto estima e sentirem-se importantes.
Também através de suas histórias vamos perceber muito do autor, seus medos, suas frustrações, seus sonhos... Se formos analisar, a criança sempre irá colocar alguma coisa na história, talvez uma forma de nos contar, e de ouvir nossa opinião não se identificando.
Devemos ouvir sempre atentamente nossos crianças, muitas vezes em suas histórias podem estar pedindo socorro.

Monday, October 12, 2009

Letramento

Se o letramento é definido como um conjunto de práticas sociais que usam a escrita ou o conhecimento que dela adquirem, podemos dizer que o nosso é um país de letrados analfabetos. Sim porque não estamos mais entre os países com altos indices de analfabetismos. Mas se formos analisar corretamente, uma grande parcela do nosso povo só sabe assinar o nome, e tem que se virar usando o seu letramento para poder sobreviver.

Thursday, October 08, 2009

Currículo Integrado

O texto "Organização e planejamento do ensino: globalização, interdisciplinaridade e integração curricular", trás uma citação do parecer 853/71, de Feldens: "Tanto mais imaturos sejam eles, quanto mais em blocos lhes surge o mundo das coisas, dos fatos e das ideias".
Realmente o cenário educacional, faz com que o indivíduo veja o mundo em categorias, nada está ligado entre si, cada conhecimento é adquirido separadamente. Com a interdisciplinaridade essa alienação é dissipada e o indivíduo vê o mundo que o cerca como um todo. Tudo esta relacionado, todas as coisas se encaixam como um quebra cabeças. Mas então porque a interdisciplinaridade nunca foi amplamente incentivada? Porque somos facilmente manipulados quando não entendemos o todo. Somos conduzidos como gado quando não aprendemos a ter opinião, a questionar e indagar a forma de vida que nos induzem a aceitar como correta. Somos descaracterizados de nós mesmos por não ter a noção exata de tudo que nos cerca. Acabamos aceitando ser parte do que poderíamos ser e saber. Estamos desconectados... E muitos de nós estão tão emaranhados nesta desconstrução que já não conseguem mais pensar interdisciplinarmente. Por isso nossa reconstrução é lenta ou até inexistente. Acho que não se trata mais de "acomodação" e sim de condicionamento. A nossa geração foi criada para nos calar, mas mesmo assim alguns de nós conseguiram mudar, em parte, o cenário político. Conseguiram criar seus filhos com mais autonomia de ideias. Mas muitos se mantêm calados, esperando a vida passar e as coisas melhorarem. Não sabem eles que nós é quem faremos as mudanças. Nós é que construiremos (ou desconstruiremos) cidadãos. Nós é que temos a chance de acabar com a alienação. Construindo um mundo muito mais concreto no indivíduo. Está em nossas mãos esta mudança.

Monday, October 05, 2009

O Que é Planejar?

Faço uma reflexão sobre o artigo "Planejamento: Em busca de Caminhos", de Maria Bernadette Castro Rodrigues. Desejo entender e esclarecer a importância do planejamento. A autora faz duas citações apropriadas, do livro "Planejamento sim e não", de Francisco Witaker Ferreira, 1985, 6ª edição.
"Fazer planos é coisa provavelmente conhecida do homem desde que ele se descobriu com capacidade de pensar antes de agir" (p.27) e "Uma ação planejada é uma ação não improvisada: Uma ação improvisada é uma ação não planejada" (p. 15). Pensar antes de agir é planejar. Estabelecer prioridades e segui-las. Em todos os aspectos de nossas vidas fazemos planos, planejamos nosso futuro, planejamos nossos gastos (e quando não seguimos o planejamento podemos fracassar), planejamos a vinda de nossos filhos (ou deveríamos), a construção de uma casa, em fim, tudo para ser bem feito tem de haver planejamento, e deve ser anotado, pois nossas lembranças ás vezes nos pregam peças fazendo-nos esquecê-las. E porque em nossa profissão também não possa ser assim? Devemos sim planejar e anotar. Primeiramente conhecer nossos alunos e em cima disso estabelecer prioridades para construir nosso planejamento. Nossos alunos são o ponto central do nosso planejamento, este planejamento deve ser construído a cada ano. Nossos alunos são diferentes e o que foi bom para uma turma não necessariamente será para outra. Tenho exemplos disso, os alunos nunca são iguais, as turmas não tem a mesma vitalidade. Eu nunca consegui fazer as mesmas atividades com sucesso com turmas diferentes. Nos quatro anos que estou lecionando, tenho desenvolvido um planejamento diferente para cada turma. Se trouxermos para sala, uma aula improvisada ou não planejada, que decidimos na hora e que não tem ligação com os assuntos tratados, os alunos sentem e acontece a indisciplina. Concluo que uma das causas geradoras da indisciplina seja aulas não planejadas.
Eu tenho que saber o que e para quem ensinar, por isso preciso conhecer meus alunos.
Se eu quero que meu aluno seja um cidadão, meu planejamento tem que ser em cima disso, o que ele precisa saber para se construir um cidadão e o professor através de seu planejamento será um mediador desta construção.

Friday, October 02, 2009

Estou de volta, ou quase isso. Sei que metade de mim quer voltar. Estive ausente por causa de uma cirurgia que fiz dia 28 de agosto para retirada de um lipoma no quadril esquerdo, perto da cintura. Um lipoma é algo bem simples de ser retirado e eu fui protelando por 10 anos. Conclusão, ele ficou imenso. O médico disse que eu não deveria esperar mais, também porque estava sentindo bastante dor nas costas e na perna esquerda. Ao retirá-lo o médico teve a sensação que estava tirando o meu rim, na verdade não era um lipoma, era um monstro.
A recuperação não foi dentro do esperado, houve um vazamento interno de sangue, o que causou um grande inchaço, hematoma e dor. Não conseguia sentar e nem caminhar sem ter imensa dor. Por duas vezes fiz punção para retirada do sangue. Por fim, tive que abrir novamente o local da cirurgia e cauterizar esta veia rompida, também retirar o sangue que já estava coagulando, com perigo de causar infecção. Foi colocado um dreno para ajudar na limpeza. Dia 28 de setembro retirei os pontos pela 2ª vez, mas ainda hoje não consigo olhar, o que vi a alguns dias atrás foi horrível, tive muito medo que tudo acontecesse novamente, fiquei traumatizada. Ele foi analisado e constatado que era mesmo um lipoma. Aprendi que não devemos protelar, muito menos com nossa saúde.
Neste período houve muitas perdas, duas aulas presencial, o fechamento das avaliações de meus alunos e os trabalhos da faculdade que estão tão atrasados que nem sei o que tenho para fazer.
Amanhã trabalho pela manhã e a tarde vou tentar colocar alguma coisada faculdade em dia. Não vou me desesperar, vou com calma, mas não com muita calma porque o final do ano está às portas.