Sunday, April 12, 2009

Ancestralidade

Foi muito prazeroso fazer a atividade 1 da interdisciplina de Questões Étnico-raciais na Educação. Rever fotos detalhadamente, com um olhar crítico, buscando nossa ancestralidade, traços, marcas do corpo, do tempo e da alma. Lembrar momentos, na verdade reviver familiares distantes e ao mesmo tempo tão perto. Perto porque trazemos em nós partes dos que se foram. Na verdade somos uma colcha de retalhos, somos partes de muitos, buscando ser nós mesmos.

O Clube do Imperador


Ontem assisti o filme, “O Clube do Imperador”. O filme ocorre na década de 70, nas dependências de um colégio interno para rapazes. O professor, preocupado com um aluno totalmente desinteressado nos estudos e só apronta na escola, resolve conversar com o pai, um senador, que demonstra pouco interesse pelo assunto, manda que o professor ensine a matéria, que o caráter do filho ele cuida. O professor resolve investir no aluno . Faz um concurso para a aula de história, quem seria Julio Cesar. Haveria três finalistas. Os alunos começaram a estudar e este aluno começou a ir bem. No final, quando seriam escolhidos os três finalistas, o rapaz foi mal, ficando em quarto lugar. O professor para ajudá-lo, aumentou sua nota, passando-o para o terceiro lugar. No dia da final, os familiares todos presentes, o professor nota que ele está colando e faz uma pergunta que ele não teria respostas e ele perde. Daquele momento ele volta a ser um aluno desinteressado, estava para ser reprovado mas o pai interfere e ele é aprovado. Vinte e cinco anos depois este rapaz vira um empresário, herdando tudo do pai, e pede para o professor refazer o concurso com os três finalistas, promovendo um encontro da turma e que se isso acontecer, ele dará uma doação em dinheiro para a escola que está em decadência. O professor aceita, é levado para o local do encontro. O rapaz torna a colar e perde para o mesmo colega. O professor vê o grande erro que cometeu, valorizou uma pessoa que não tinha caráter e que esse encontro seria só para se promover na política. Procura o aluno que deveria ter participado da final do concurso e conta o que fez, se mostrando arrependido. No final, o rapaz injustiçado, coloca seu filho na escola, mostrando ao professor que confiava nele.

Fiquei pensando no professor que faz sacrifícios para ajudar os alunos a se valorizarem. Eu mesma faço isso, mas não tiro a oportunidade de ninguém, dou oportunidades para quem acha que não é capaz. O professor estava certo em fazer o aluno se valorizar, ver o seu potencial, tudo o que poderia alcançar. Mas o erro dele estava no fato de ter desmerecido um aluno, e ter visto o quanto este aluno, na época, ficou decepcionado consigo mesmo. O professor não pode pensar que não faz mal, que ele é um bom rapaz e que vai vencer. E se a decepção dele fosse tão grande que o tornasse um rebelde? E o tornasse um desinteressado? O que o professor deveria ter feito era dar mais uma vaga ao concurso. Ele poderia dizer:

- Existem quatro dos participantes, muito bons, se manterem essa média será quatro a serem classificados.

Mas não, ele tirou a oportunidade do verdadeiro merecedor de participar. Nenhum ato pode justificar uma deslealdade.

Um professor nunca pode ser desleal, por mais que queira ajudar. Nunca se pode ajudar alguém, prejudicando outro.


Em Busca de Equilíbrio

Hoje é páscoa, dia do Amor Universal. Hoje é o dia em que relembramos, ou deveríamos relembrar, do Grande Sacrifício de amor, quando DEUS sacrificou seu Filho Amado, para a salvação de outros filhos, também muito amados. DEUS deseja que simplesmente acreditemos Nele como único DEUS e a seu Filho que se sacrificou por nós. Se cumprirmos os pré requisitos que Ele estabeleceu, teremos Vida Eterna. Parece fácil? Mas não é. É difícil procurar a perfeição ante um mundo que esta em agonia. O amor fraternal está doente, bem como os valores que nos capacitam à perfeição, na verdade a beira da morte. Porque nos afastamos tanto das verdades? Porque esquecemos do sofrimento de Pai e Filho? Deste Amor maior que tudo o que podemos compreender e imaginar? Falta-nos Fé! Falta olharmos mais com os olhos espirituais. Querermos e desejarmos o Bem para nós e para os outros. Alguém ao ler este artigo dirá:

- Mas o que ela sabe sobre o bem? O bem difere de pessoa para pessoa, então como estabelecer um padrão de bem e mal?

O bem esta nos atos diários que fazemos e que não prejudicam ninguém. Se um ato meu fizer “sangrar” física ou espiritualmente alguém, eu não fiz o bem, eu não sou boa. Eu tenho que ter a mim mesmo como parâmetro. Se eu fizer algo que não gostaria que fizessem para mim, então não é bom para ninguém.

Os professores têm visto esta crescente queda nos valores e na estabilidade do bem. O mal está em alta. As gangues estão estabelecendo as regras e existe certa competição para ver quem comete mais maldades. Sim porque sabem que estão fazendo o mal . Mas como eles não têm mais fé, nem esperança, não importa. A esperança nos motiva a uma vida melhor. Acreditarmos que seremos melhores que nossos pais, que vamos vencer, que podemos sonhar, e ver nossos sonhos realizados, é o que nos motiva a perfeição. Concordo com quem dizer que a perfeição difere de pessoas para pessoas. A minha capacidade de conquistas e mudanças em mim pode ser menor ou maior que em outras pessoas. É a minha perfeição, é a minha capacidade, eu tenho que realizar o máximo que conseguir, dentro do meu esperado, para melhorar a mim mesma.

Vemos as notícias de violências tão distantes, nos afligimos com elas, mas estão lá, bem longe de nós. Descobri que isso não é verdade. Elas estão por toda parte, percebemos em nossos alunos das séries iniciais. Crianças bem pequenas usando de maldade e de premeditação para com os colegas. Mas sempre é contornável. Quarta feira presenciei na minha sala de desdobramento do 8° ano, uma turma enlouquecida. Eles só não me bateram porque tenho Fé, eles fizeram e disseram horrores, me colocavam medo empurrando as classes. De uma turma de quase 50, três não participaram, foram dois períodos de pânico, ao iniciar o segundo período, quatro foram desistindo e pedindo para pararem. Não mostrei medo. Mas o pior é que nada foi feito e a direção não veio perguntar como eu estava. Eu estava muito mal, não consegui dar aula direito à tarde e nem fui na aula presencial. As três primeiras noites não consegui dormir, estou com um nó na garganta. Meus trabalhos da faculdade atrasados e não rendeu o feriado. Pensei até em desistir da profissão, pois não estamos conseguindo mudar o quadro que se apresenta. Precisamos desesperadamente da ajuda dos pais (familiares), e de seus exemplos. Nós ficamos quatro horas, enquanto eles ficam vinte horas. Será que nessas vinte horas não sobra um tempo diário para dar algum tipo de afeto e muito exemplo? Ou ninguém mais tem bons exemplos para dar e nenhum amor para ofertar?

Meu objetivo não é discutir religião, nem crença em Deus, mas sim valores. Pois ninguém em sã e perfeita consciência poderá duvidar ou deixar de acreditar na bondade Humana. E para os que têm fé, a mensagem abaixo é muito oportuna nos tempos atuais.

A OFERTA do SALVADOR continua de pé: -“ Venha a mim os que estão cansados e eu vos aliviarei” (Mateus 11:28). ELE continua de braços abertos, mas não esta mais pregado a cruz. As marcas permanecem, para quando o Encontrarmos, lembrarmos de seu grande Amor incondicional, porque Ele amou a todos, mas vai salvar poucos, só os que optarem por lutar no lado do bem. Peço, neste dia de Páscoa, que DEUS nos ilumine para que possamos Salvar nossos alunos.

Dê-nos ESPERANÇA...

Ensina-nos ...

Saturday, April 11, 2009

Feliz Páscoa

Que o milagre do amor se renove a cada dia em nossos corações.


Páscoa

Ironia

Fizemos um estudo de um trecho selecionado, da obra de Anísio Teixeira, Educação e o Mundo Moderno. Ele afirma que Educação é uma arte.

A arte é muito complexa, implica em conhecimento, em domínio de técnicas, em estilo pessoal. Para o progresso das artes, deve haver um método de investigação, inspiração, observação e descobertas, por isso o empirismo está totalmente ligado as práticas científicas. Na educação, podemos ver e ter todos esses requisitos, dentro de um mesmo processo. A educação abre fronteiras, desenvolve o intelectual, a criatividade e estabelece o conhecimento. Estamos sempre aprendendo novos métodos e novas técnicas, para ensinar os conteúdos muitas vezes desinteressantes, porém, ninguém nos instrui, a ajudar nossos alunos (jovens ou crianças) a se encontrar e perceber sua grandeza e importância frente ao futuro. Mostrar que o futuro de gerações, depende deles, não que eles não possam ser mais crianças ou adolescentes, mas que tenham respeito pela vida, seja ela qual for, pela sua própria e pela de outros. Os jovens se perderam, não conseguem se encontrar, insatisfeitos eles agridem cada vez mais em busca de autoafirmação, e porque não dizer, de auto estima. Talvez a resposta esteja com quem fizeram as leis, leis que permitem violações, desrespeito e nenhum limite, mas principalmente a impunidade. Sim, porque se tudo foi permitido, é porque havia um antídoto. Com quem ou onde esta o antídoto para salvar nossos jovens e manter a educação e a paz em nosso país?

Sunday, April 05, 2009

O Caso Victor








Foi nos pedido ler o texto de Jean Itard e Victor do Aveyron:Uma experiência pedagógica do século XIX e suas repercursões, da III Conferência de Pesquisa Socio-cultural.

Este texto narra os estudos feitos por Itard:Victor, um menino selvagem, de aproximadamente 12 anos, que foi encontrado nu, com atitudes de animal, no sul da França em 1800. Ele fora observado por Pinel que o achou um "idiota" (na época significava deficiente mental grave). Pelos estudos de Itard ele seria surdo mudo e talvez por esta deficiência tenha sido abandonada pela família. Mas ele não teve muito progresso. Todos precisam ser ensinados, até os animais. Os animais nascem com instintos, que devem ser desenvolvidos ou aprimorado. Observei, outro dia, minha gata Tulipa, carregar seus filhotes, pelo pescoço, para a caixa de areia. Ela fez isso várias vezes. Constatei neste fim de semana que eles, com 29 dias, já sabem ir na areia sozinhos. Até os animais precisam ser ensinados. Percebe-se que existe uma grande barreira entre o hereditário e adquirido. O hereditário só sobreviverá mediante um trabalho onde essas funções sejam desenvolvidas. O adquirido é mais fácil de se obter, tem haver com o meio onde estamos inseridos, e a prática diária do que fazemos, ouvimos ou vemos, marcam nossas atitudes.A mente humana ainda é um desconhecido, porque as experiências marcam cada indivíduo de forma diferente. As experiências vividas por Victor devem ter causado-lhe danos psicológicos irreverssíveis.
Hoje vemos depoimentos de verdadeiros monstros da sociedade, que se dizem retratar o que fora feito com eles próprios, por pais ou responsáveis.