Friday, May 21, 2010

Esta semana me encontro muito ‘pra baixo’, estou sem forças, sem energia. A frustração tomou conta de mim, de uma forma que não sei explicar. Tinha prazer em estar com meus alunos, com eles minhas dores e problemas não existiam. Agora sinto um enorme peso no meu corpo, que quer me fazer recuar. Fiz o magistério em 1977 e desisti no final (para desespero do meu pai, ficamos de mal), porque eu tinha que seguir uma linha que não acreditava. Fiz outro curso no ensino médio e mais tarde voltei ao magistério. E hoje, depois de tantos cursos de capacitação, de assistir palestras e tudo o mais, me encontro novamente no meu ponto de partida!
Lembrei do texto “O menininho”, de Helen Buckley, só que ao contrário.

A professorinha

Malu Costa

Era uma escola pequena de séries iniciais do ensino fundamental. A turma, 4° ano.
A professora na aula de artes pediu a seus alunos para desenhar uma flor.
- Como vou fazer professora?
- Não sei use sua imaginação. Hoje a ciência está tão avançada que podemos criar qualquer coisa.
E os alunos começaram a falar das coisas que a ciência estava criando, as inovações que apareciam no mundo a cada dia. E ela comparava com seu tempo, que não existiam essas coisas.
Desenharam sua flor, usando sua imaginação.
- Minha flor é do espaço – gritava um.
E assim ficou a aula, cada um dizendo de onde vinha sua flor.
- De qual cor posso pintar minha flor professora?
- De qualquer cor, hoje temos até rosa azul.
E todos começaram a falar como fazer uma rosa azul ou de qualquer outra cor.
Nisto entra a diretora:
- O que está acontecendo aqui? Em aula de artes não tem bagunça.
- Estamos vendo de qual cor vamos pintar nossas flores. – respondeu um aluno.
- Como de qual cor? Flores são vermelhas. – respondeu a diretora.
A professora não se deixando levar totalmente pela mediocridade, diz a seus alunos:
- Vamos parar de discutir e pintem da cor que quiserem.
Alguns alunos pintaram, outros não, perdeu a graça. O legal e motivador estava sendo a troca, a diversidade de opiniões.
E a turma seguiu desanimada.

Esta é minha turma. Não sei ser diferente.
Hoje recebi um comentário no blog de um ex aluno.

http://malucostapead.blogspot.com/2007/08/construimos-uma-histria-na-sala-para.html

Ele diz que sou boa em inventar histórias, mas foram eles que construíram esta história, só que fui instigando, acreditando na criatividade deles. Esta é minha sala. Estarei errada? Se a criatividade morrer, como ficarão as grandes invenções?

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