Saturday, May 31, 2008

Pedagogia da Autonomia

Saberes Necessários à Prática Educativa

Paulo Freire

Reflexão:

Apesar de todo o conhecimento intelectual que Paulo Freire possuía, ele era uma pessoa simples e verdadeira, possuidor de muitos valores importantes para a formação de seu caráter. Valores esses que ele não esqueceu por um segundo e trouxe junto com seus saberes, ajudando-nos a acrescentá-los ou relembrá-los em nossa formação profissional.

Paulo Freire nos adverte que devemos sim, mostrar nossa insatisfação por determinado assunto e expor a nossos alunos nosso desagrado, mas devemos cuidar para que esse desagrado seja somente na opinião e não pessoal. Não devemos mentir, devemos falar bem da pessoa apesar de não concordarmos com algumas de suas idéias, isso é ética. Isso me fez refletir sobre outro ponto muito comum em alguns professores, falar mal de seus alunos, darem ao professor que ficará com eles no ano seguinte, a ficha completa de tudo que vê de errado no aluno. Eu não concordo e não aceito. Digo a minha colega, eu quero descobrir o meu aluno, vou tratá-lo de forma diferente e receberei um tratamento diferente. Tem dado certo, não ter um aluno rotulado na sala me faz vê-lo com outros olhos, ver suas carências e necessidades, suas inquietações, isso também é ética.

Ensinar é criar a possibilidade para que professor e aluno construam seu próprio conhecimento. O professor se preparando melhor, descobrindo novos métodos para mostrar o velho, não ficar preso a seu caderno amarelado e refazendo suas matrizes de ano a ano. O professor aprende com cada aluno e descobre que cada indivíduo é único, e merecem que o professor prepare uma aula nova que satisfaça suas dúvidas, seus questionamentos. O ensino “bancário” aliena professor e alunos, tolhindo-lhes a criatividade, tão importante para a aprendizagem de ambos. Ele nos deixa uma indagação: professor “bancário” ou professor “problematizador”?

Para ser professor problematizador, exige-se, tanto de educadores como de educandos, ser “criadores, instigadores, inquietos, rigorosamente curiosos, humildes e persistentes (pág. 26)”. A importância do papel do educador, é ensinar a pensar certo, assim se tornará crítico, um desafiador, sabendo argumentar com segurança. Se o professor ensinar uma memorização mecânica e sendo um repetidor de frases e idéias, seus alunos, também o serão, e aí não teremos alunos “críticos, instigadores, inquietos...”. Ele explica a condição de pensar certo. Não devemos estar demasiadamente certo de nossas certezas, “é por isso que o pensar certo, ao lado sempre da pureza”(...)(pág. 28). Pureza essa, que é na verdade simplicidade, humildade para se deixar ensinar, de se refazer a cada instante, já que não estamos prontos, podemos ser melhorados, remodelados, dispostos a mudança, a aceitar o novo. Os orgulhosos e arrogantes, não se permitem estar errados, estando sempre certos, não são ensináveis, não se modificam e não instigam seus alunos a pensar e a buscar mais. O professor que pensa certo, transmite aos seus alunos, que o fato de estar no mundo, torna-os parte da história, e que devem intervir e conhecer o mundo, sendo pesquisadores, buscando o que não conhecem. Conhecer o mundo, não para se adaptar a ele, mas para mudá-lo e mudar a si mesmos.

Mostra-nos que o professor, tem que saber usar a sua autoridade sem ser autoritário, dar liberdade com limites, ter bom censo para advertir, orientar, fazer as cobranças necessárias, e também para compreender o comportamento dos alunos. Saber que devo me preocupar mais com o comportamento silencioso, temeroso, assustado e distante de meu aluno, do que com aquele que é inquieto, que tem vitalidade e está sempre em alvoroço.

2 comments:

ROSAURA KARST said...

Maria Lúcia.
Muito interessante a tua reflexão, pois a análise é necessária para que possamos construir com os saberes do aluno.
Beijos
Rosaura

Beatriz said...

Malu!!! Estás ainda em maio?? Onde andam as postagens de junho? Vais ter dificuldades com a construção do teu portfólio final. Por que não colocas aqui notícias acerca do teu excelente PIE?
Aroveita e conta um pouco o que andas fazendo nas outras interdisciplinas.
Um abraço
Bea